segunda-feira, 8 de abril de 2013

Complementando o assunto

Apesar das diferenças, podemos traçar alguns pontos comuns aos regimes absolutistas formados na Europa ocidental. Em todos eles, o absolutismo se fundamentou no crescente poderio militar do monarca, que submeteu as demais casas aristocráticas dos reinos.

Os reis passaram a dispor de recursos para formar exércitos regulares, seja para contratar mercenários, seja para recrutar súditos entre os grupos populares do campo e da cidade. Do mesmo modo, o absolutismo foi construído por meio de uma crescente burocracia real, muito mais ampla e complexa do que o pequeno grupo de conselheiros dos reis medievais. Foi por meio dessa burocracia que os reis melhoraram o sistema de cobrança de impostos e unificaram o sistema judiciário e legislativo dos respectivos reinos.

No entanto, não pode-se afirmar que o absolutismo, construído durante a firmação dos Estados modernos, tenha correspondido ao surgimento de Estados nacionais. A consciência de pertencer a uma nação era ainda muito frágil nessa época. Em alguns reinos, como na Espanha, existiam muitas línguas, e em diversos casos, os domínios de um determinado rei se espalhavam por territórios descontínuos, hoje pertencentes a outros países da Europa. Além disso, as fronteiras entre os reinos mudavam constantemente conforme o resultado das guerras.

Em resumo: os Estados modernos não eram propriamente Estados nacionais, nem sua população era constituída de cidadãos de uma nação específica; os Estados modernos eram reinos e sua população era composta de súditos do rei.

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