Na Idade Média, os reis eram reconhecidos como sagrados. Alguns eram ungidos pela Igreja no ato da coroação. No início da época moderna, reis com essas características continuaram a existir e muitas cerimônias políticas de origem medieval permaneceram quase intactas.
O Estado precisava de um forte aparelho burocrático, isto é, de um corpo de funcionários profissionais, para administrar a nação. O rei delegava o poder a ministros ou o exercia pessoalmente, apoiado nos Conselhos de Estado. O novo monarca moderno tornou-se o senhor de todos os senhores e construiu seu poder com base em um exército permanente e em uma vasta burocracia.
Podemos dizer que, em contraste com a fragmentação política da Idade Média e o frágil poder dos reis, o Estado moderno se caracterizou pela progressiva centralização do poder, pela imposição da justiça, da moeda e legislação reais sobre os senhores, pelo fortalecimento do sistema fiscal e pela militarização da realeza.
O pano de fundo dessa mudança política foi o crescimento do comércio e a consequente ampliação dos recursos das monarquias por meio dos impostos. Outros aspectos também foram decisivos, como a crise da Igreja católica a partir do movimento protestante, que fragilizou o poder dos papas, e a invenção da imprensa, que contribuiu para a formação de quadros burocráticos e para o sistema de comunicação em geral. Mudanças silenciosas que tiveram, porém, enorme repercussão.
Podemos dizer que o absolutismo monárquico foi um processo de centralização política nos reinos europeus, no qual todo o poder se concentrava nas mãos do rei. Na prática, porém, cada reino viveu esse processo de forma particular e com ritmo próprio.
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